Arranjo : uso de acordes abertos

Publicado por Denise Ogata em

Como abrir um acorde no piano?

Os acordes abertos são assim chamados porque as notas estão dispostas em uma ordem que não segue a ordem dos intervalos sequencialmente, ou seja, existe uma alteração na sequencia dos intervalos do acorde, gerando um espaço entre as notas e assim, resultando em um acorde aberto.

Vamos a um exemplo:  veja a figura com o acorde fechado (ou em bloco) e alguns exemplos de abertura para a tríade de D.

Exemplo de abertura de acorde

Para um acorde de D  fechado, ou em bloco,  a ordem das notas é:  Ré , Fá#, Lá  (na posição fundamental, sendo Tônica, 3a e 5a).

Para abrir o acorde, podemos transferir o Fá#, por exemplo, uma ou duas oitavas acima. Desta forma, ele já não estará mais na ordem sequencial inicial (Ré-Fá#-Lá).

Ou então, transferir o para a outra oitava e, da mesma forma, já não teremos a sequencia inicial. Outras combinações podem ser feitas, estes foram alguns exemplos.

Note que temos um acorde aberto com quatro notas e, como estamos tratando de tríades, é preciso adicionar mais uma nota, repetindo uma das três (como está destacado em azul na figura acima).

Dica! É bastante usual deixar a tônica + 5a  na mão esquerda, como no exemplo, Ré – Lá. Esta combinação permite distribuir diferentes formas do acorde, não “embola” o som no grave e é uma alternativa para o uso contínuo de oitavas na mão esquerda.

E qual abertura usar?

Existem várias possibilidades e tudo vai depender de como as vozes caminham,  assim como ocorre no encadeamento dos acordes fechados.

Ou seja, depende de quais acordes temos antes e quais temos depois, se estamos indo para o grave ou para o agudo… e tudo isso determina quais vozes (no caso das tríades, são a Tônica, 3a ou 5a)  vão ficar na “ponta”, quais serão repetidas, quais estarão com o baixo.

Observação: algumas regras de contraponto, no que diz respeito à condução de vozes,  recomendam evitar que as vozes caminhem em paralelo ou que saltem quando há dissonâncias, mas não serão abordadas aqui, ok ?

Incluindo a melodia

Outro ponto é quando temos a melodia junto, sendo executada na mão direita. Neste caso, temos que usar a abertura que inclua a nota da melodia, deixando-a na “ponta” ou, se a nota da melodia não pertencer ao acorde, buscar a mais próxima.

Na figura, temos somente um trecho inicial da melodia (da música “Caçador de mim” de Sérgio Magrão e Luiz Carlos Sá) e, a seguir, o uso dos acordes abertos incluindo a melodia, que foi transposta uma oitava acima.

Exemplo de abertura de acordes com melodia

Veja que a nota da melodia já está inclusa no acorde e também coincide com o primeiro tempo do compasso, tempo no qual o acorde é executado. Para escolher a abertura então, foi necessário apenas adicionar as outras vozes do acorde.

Para ouvir este exemplo, assista o vídeo logo abaixo.

Variação do arranjo

Uma possibilidade ainda com a melodia é fazer arpejos (na ordem sequencial ou abertos) na mão esquerda, enquanto usa notas do acorde aberto na mão direita.

Dependendo da música, isto pode trazer mais movimento ao arranjo, já que a mão esquerda não fica parada, apenas sustentando as notas do acorde. Veja no vídeo abaixo (na parte da variação)..

Observação : neste exemplo, os arpejos da mão esquerda estão na ordem sequencial.

YouTube player

Assim,  vimos uso dos acordes abertos com tríades e alguns exemplos de abertura.

Aguardem… num futuro post, vamos estudar as tétrades!

Espero que tenha ajudado a todos que querem estudar e explorar mais um pouco sobre arranjo!

Se tiver dúvidas, sugestões, deixe seu comentário!


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